sábado, 7 de maio de 2011

Potencialidades das TIC

  Todo educador deve refletir sobre o potencial da aprendizagem que decorre do uso das TIC. Por isso, é importante que o professor reconheça as potencialidades pedagógicas das TIC a fim de incorporá-las a sua prática.
  Segundo Cabero (1996), as principais características das TIC são: imaterialidade, interatividade, instaneidade, inovação, elevados parâmetros de qualiidade de imagem e som, digitalização, maior influência sobre os processos de produtos, automação, interneconexão e diversidade.
  Uma das principais características das TIC é o seu grande potencial na promoção de aprendizagem colaborativa, interação entre alunos, aproximação entre participantes e professores.Contudo, para que as TIC cumpram tais objetivos, faz-se necessário que sejam consideradas as atividades elaboradas pelo professor.
  As potencialidades das TIC, em especial o computador e a internet, chama-nos a atenção para o fato de que mudam-se os suportes textuais, alteram-se as práticas de leitura e escrita, modificam-se as dimensões de espaço, de tempo e os pápeis do aluno e do professor. O professor não é mais o centro, o detentor de saberes e não deve ser negligente às transformações educacionais decorrentes do uso das TIC. Ao contrário, deve entender seu papel fundamental: orientador, facilitador do processo de aprendizagem.
  Os computadores (nas escolas onde há internet) possibilitam a todos os alunos sair de sua sala e "viajar" na descoberta e construção do conhecimento, para encontrar outros alunos, outras escolas, outros espaços de aprendizagem, desenvolvendo sua autonomia no processo de aprendizagem.
  Como podemos observar, as TIC permitem novas e potencialmente diferentes experiências de aprendizagem, mas estas só poderão existir se forem bem orientadas e moderadas pelo professor, pois as TIC por si só não garantem a aprendizagem.
  O acesso às TIC a partir de atividades pedagógicas orientadas pelo professor oportuniza ao educando participar, questionar, produzir, decidir, transformar a dinâmica social, motivando-o a ser  o coautor de seu próprio processo cognitivo.
  Diante das potencialidades das TIC, o processo educacional precisa ser repensado, o que implica em analisar o significado da práxis pedagógica e seus pressupostos de aprendizagem a partir de um conhecimento em rede.
 

domingo, 1 de maio de 2011

Resenha do livro: "Cibercultura e formação de professores"

   O livro "Cibercultura e formação de professores", organizado por Maria Teresa de Assunção Freitas,  apresenta uma coletânea de textos de autores diversos que tratam das relações e influência das tecnologias na educação.
   O primeiro conjunto de textos aborda o envolvimento da escola com o computador e a internet no seu dia a dia e na vida de professores e alunos.
   No primeiro capítulo,"Relações entre tecnologias digitais e educação: perspectivas para a compreensão da aprendizagem escolar contemporânea", Eucidio Arruda discorre sobre a questão da mudança paradigmática na educação, a qual leva a transformação do processo ensino-aprendizagem.O autor coloca que todas as discussões em torno do processo educacional perpassam as mudanças tecnológicas da sociedade atual, as quais acarretam todo tipo de transformação: social, cultural, política, econômica, cognitiva etc.Essas transformações exigem da escola e dos educadores uma nova prática pedagógica a fim de atender essa demanda social, visto que a instituição escolar ainda encontra-se distanciada dessa exigência da sociedade.Por isso, o autor evidencia a necessidade de se discutir mais sobre o assunto.
   Maria Helena Silveira Bonilla, no segundo capítulo, "Escola aprendente: comunidade em fluxo", comenta sobre a necessidade da escola acompanhar as mudanças sociais provocadas pela tecnologia, repensando sua prática. Bonilla sugere uma escola aprendente que possa constituir-se numa comunidade em fluxo, capaz de interagir com o mundo tecnológico (a sociedade da informação, sociedade em redes),  processando informações, construindo conhecimento , ou seja, uma escola apta a promover o desenvolvimento profissional de acordo com as exigências sociais.
   No terceiro capítulo, "Professores e internet: desafios e conflitos no cotidiano da sala de aula", a autora Rosane de Albuquerque dos Sanrtos Abreu aborda a relação do professor com a internet, relatando uma pesquisa que desenvolveu com professores do ensino fundamental e médio, na qual foram apontados os desafios e conflitos gerados pelo uso da internet.
   Maria Teresa  de Assunção Freitas com o texto: "A formação de professores diante dos desafios da cibercultura", encerra esse bloco de capítulos com a apresentação do relato de uma pesquisa qualitativa a respeito do letramento digital e da aprendizagem na formação de professores. A autora define letramento digital e estabelece uma relação deste com a formação de professores. Para uma melhor compreensão do objeto de estudo da pesquisa, como também da metodologia, Maria Teresa fundamenta o seu trabalho a partir da teoria da linguagem de Bakhtin e da teoria da construção de Vygotsky. Com este trabalho de pesquisa de intervenção, a autora concluiu que os educadores puderam refletir sobre sua prática pedagógica,sentindo-se provocados a mudanças para um efetivo uso do computador e da internet na escola.
   O próximo conjunto de textos, os capítulos 5 e 6, focalizam o tema inclusão digital.
   No capítulo 5, "Infoexclusão e analfabetismo digital: desafios para a educação na sociedade da informação e na cibercultura", Marco Silva,  expõe a necessidade da educação favorecer a formação do educando na cibercultura, na sociedade da informação, ou seja, a escola precisa qualificar o educando para que realmente atinja a sua função social: formar cidadãos, evitando, dessa forma, a exclusão social, no caso, a infoexclusão.
   Lívia Maria Villela de Mello Motta, no capítulo 6, "Teleduc - Ferramenta de apoio e de inclusão digital no programa Ação Cidadã", discute o uso do Teleduc, um projeto de extensão desenvolvido pelo LAEL da PUC- de São Paulo com o objetivo de aprendizagem a distância. A autora coloca que o Teleduc apesar de ter o propósito inicial de ferramenta de apoio para as oficinas presenciais, proporcionou a inclusão digital de professores, tornando-se um espaço para a formação de professores, colaborando para que estes refletissem sobre sua prática e interagissem com a de outros.
   O último capítulo do livro difere dos anteriores,trazendo um outro enfoque. Assim, no sétimo capítulo, "Aprendizagem do adulto: contribuições para a construção de uma didática on-line", a autora Adriana Rocha Bruno traz à discussão a questão da aprendizagem de adultos neste novo contexto (cibercultura), relatando uma situação de ensino a distância. A autora conclui que a aprendizagem do adulto nos cursos a distância necessitam de uma ligação crítica com o mundo, a fim de que os adultos aprendizes possam interagir em outros espaços virtuais além do seu ambiente virtual de curso.Ao abordar o tema do capítulo, Adriana Bruno procura fundamentar as contribuições da didática na aprendizagem on-line, baseando-se em estudos sobre a aprendizagem experencial desenvolvidos por   David Kolb, além das contribuições  teóricas de Saturnino de La Torre, Otto Peters e Jose A. Valente.
   Apesar dos diferentes enfoques dos textos apresentados no livro "Cibercultura e formação de professores", percebemos que existe uma relação entre eles à medida que tratam de questões relacionadas a formação de professores na era da cibercultura.
   A organizadora do livro resenhado, Maria Teresa de Assunção Freitas, é mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora em Educação pela Pontifíca Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - RIO). É professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atua no programa de Pós-Graduação em Educação e no curso de Pedagogia.Atualmente é coordenadora de pós-graduação strictu sensu da UFJF. Também é pesquisadora do CNPq e da FAPEMIG, coordenando, desde 1995, ogrupo de pesquisa Linguagem, Interação e conhecimento (LIC).Trabalha com as seguintes linhas de pesquisa: perspectiva psicológica histórico-cultural, leitura e escrita, letramento digital e formação de professores.É autora  dos livros Vygotsky e Bakhtin - Psicologia e Educação: um intertexto (Ática, 1994), O pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil (Papirus, 1994) e uma das organizadoras de Leitura e escrita de adolescentes na internet e na escola (Autêntica, 2005).

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cibercultura - "Redes Sociais"

  A vida humana é fortemente permeada pela intervenção da tecnologia e o imaginário humano sofreu uma mudança radical com a emergência da cibercultura, a qual transformou a natureza das relações dos homens com a tecnologia entre si, influenciando as formas de sociabilidade. A cibercultura trata dessa nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, ou seja, relação entre as tecnologias de comunicação, informação e cultura, e abrange os fenômenos relacionados ao ciberespaço - fenômenos associados às formas de comunicação mediadas por computadores. O ciberespaço é um novo espaço de sociabilidade que gera novas formas de relações sociais. A internet conhecida como "rede das redes" estabelece esse novo espaço e tempo de interação social, dentro do qual emergem formas novas e diferenciadas de sociabilidade, as quais não são homogêneas no que tange as suas relações com o mundo real.Atualmente milhares de usuários da internet são membros de uma ou mais redes sociais (relações entre os indivíduos na comunicação por computadores, cujo objetivo é buscar, conectar pessoas e proporcionar a comunicação, ou seja, utilizar laços sociais). Existem vários sites de redes sociais que operam mundialmente em diversos níveis, como por exemplo, redes de relacionamentos (facebook, orkut, myspace, twitter, tymir); redes profissionais (linkedin); redes comunitárias ( redes sociais em  bairros ou cidades); redes políticas etc.Todas essas redes sociais proporcionam uma nova forma de se comunicar, marcada pela interatividade, conectividade : cibercultura.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Práticas Pedagógicas - "Discutindo a práxis frente às crises do conhecimento científico"

     Como podemos educar os nossos alunos expostos ao mundo digital sem mudarmos nossa prática pedagógica, ou seja, se desconhecemos os efeitos e as possibilidades que as TIC desencadeiam na formação dos educandos? Saber aliar as TIC a educação é compreender  o currículo que desejamos desenvolver, como também os objetivos e intenções que queremos atingir com uso das mesmas nas nossas atividades pedagógicas.As TIC potencializam mudanças na educação, porém nossas aulas não serão modificadas pelas tecnologias, mas pela forma como a concebemos.Portanto, o uso das TIC não é garantia de aprendizagem, mas, como fazemos uso delas na nossa prática pedagógica- promovendo aulas críticas, proporcionando a pesquisa, a reflexão, o diálogo, colaborando com o aprendizado coletivo para que se produza novos saberes.Dessa forma, percebemos que  o uso das TIC na prática pedagógica depende da formação do educador, pois ele é o mediador de todo o processo ensino-aprendizagem.Apesar de sabermos o quanto o uso das TIC propicia mudanças significativas na educação, por que será que muitos educadores não mudam sua práxis e continuam oferecendo uma educação linear, usando os antigos recursos pedagógicos: quadro; giz etc?

Dimensões da Educação - "A Dimensão Estruturante das Tecnologias"

   A tecnologia apresenta diferentes conotações e formas de interpretação. A palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné que é saber fazer e logia, do grego logus, razão. Portanto, tecnologia significa a razão de saber fazer, ou seja, o estudo da própria atividade do modificar, do transformar, do agir. Muitas pessoas tentam explicar o que é tecnologia partindo primeiramente do conceito de técnicas.Embora a técnica seja integrante e percursora da tecnologia, o termo tecnologia abrange uma dimensão que vai muito além da técnica e de meros equipamentos, pois a tecnologia abrange não somente os produtos fabricados pela humanidade, assim como os processos de produção, envolvendo  máquinas e recursos necessários em um sistema sócio-técnico de fabricação. Além disso, engloba também as metodologias, as competências, as capacidades e os conhecimentos necessários para realizar tarefas (atividades pedagógicas), através dos recursos tecnológicos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Corpos Amputados e Protetizados: "Naturalizando"Novas Formas de Habitar o Corpo na Contemporaneidade

O homem contemporâneo recorre cada vez mais às tecnologias para reparar seu corpo "imperfeito" para torná-lo "perfeito".Porém, essa busca incessante e sem limite pela perfeição pode resultar em corpos sem história, pois ao modificar o corpo, o homem perde um pouco a sua identidade.
Os corpos sempre se modificam naturalmente ou artificialmente através da tecnologia.Contudo as intervenções tecnológicas para modificar o corpo podem ser independentes da nossa vontade, devido a um acidente (fatalidade) ou dependente do desejo de satisfazer a nossa vaidade, a qual é alimentada por uma sociedade consumista que desnuda o nosso corpo, determinando as nossas mudanças.
As próteses oferecidas pela tecnologia ao homem com algum membro amputado, reintegra o ser humano a sociedade, devolvendo-lhe sua capacidade física, proporcionando-lhe dignidade no mundo em que vive.